Cooperação e solidariedade deram o tom de todo o Fórum. A cerimônia de abertura, no dia 7 de outubro, celebrou a integração entre os povos.
Son. Abertura
Além das apresentações musicais populares do continente, a abertura foi marcada por um ato político. Representantes de diversas organizações manifestaram a importância das lutas de combate ao imperialismo e à exploração. Também em solidariedade à Cuba, ao governo da Bolívia, em defesa dos direitos humanos e do respeito aos povos indígenas.
Son Lourdes Fernandes
Na cerimônia, um destaque para o menino Augustin Kaysa, representante das crianças americanas, que despertou muita emoção .
Augustin
De 8 a 12 de outubro, foram cerca de 20 atividades paralelas todos os dias. Oficinas, palestras, seminários, exibição de filmes e intervenções artísticas. Também foram realizadas diversas manifestações para dar visibilidade às lutas. No dia 8 de outubro, primeiro dia de atividades, uma marcha em defesa da legalização do aborto tomou as ruas da cidade da Guatemala.
Isolda Dantas, da Marcha Mundial de Mulheres, explica a importância.
Isolda
Dentre as principais questões destacaram-se a luta contra os transgênicos, os tratados de livre comércio impostos pelos Estados Unidos, a concentração de terra, a exploração do trabalho infantil, a degradação do meio-ambiente, a militarização dos países latino-americanos; Também a defesa e valorização das comunidades indígenas, o fim das opressões de gênero, de orientação sexual e principalmente de classe.
O entendimento foi que todas as lutas específicas devem estar unidas na luta contra o neoliberalismo e o imperialismo. Em muitas mesas, a comunicação foi destacada como estratégica na integração entre os povos e para o fortalecimento dos movimentos sociais.
Joaquim Pinheiro, do MST, fala sobre o papel central da comunicação.
Joaquim P.
9 de outubro foi dia de celebração dos cinquenta anos da revolução cubana e do apoio ao governo da bolívia. Uma das reivindicações foi ainda a retirada de tropas estrangeiras do Haiti, como conta Luis Bassegio, do Grito dos Excluídos.
LUIS B.
Durante o fórum houve a sessão do tribunal permanente dos povos, em que empresas transnacionais são julgadas por desrespeito aos direitos humanos. No total, oito empresas foram acusadas.
No sábado, último dia de atividades do Fórum, foi realizada a assembléia dos movimentos sociais. Na declaração final, foi marcado o contexto atual de crise financeira, alimentar, energética, ambiental e ética. O texto contempla a resistência contra a militarização, contra os tratados de livre comércio propostos pelos Estados Unidos e pela Europa, e contra a criminalização dos movimentos sociais.
O Fórum marca a defesa da democratização das comunicações, dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras de todo o continente, e o direito de todas as mulheres de poder decidir sobre seu corpo e sexualidade. A carta marca ainda o compromisso com as lutas de povos e comunidades indígenas pela reforma agrária e soberania alimentar. Reconhece os princípios de cooperação da Alternativa Bolivariana para as Americas, a Alba.
Foi reiterada a solidariedade com os governos da Bolívia e Equador, a comemoração dos cinquenta anos da revolução cubana e a retirada imediata das tropas estrangeiras do Haiti.
Esses foram os pontos principais discutidos e fortalecidos nesse grande encontro, que foi o Terceiro Fórum Social das Américas, onde os movimentos sociais puderam trocar experiências e se preparar para o próximo Fórum Social Mundial, de janeiro de 2009, em Belém do Pará, no Brasil.