Loc 2_ Retornando ao Brasil, ouça notícias de rádios comunitárias do Ceará e de Pará. Depois, a viagem do Giro Comunitário segue para Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Afinal, são 10 anos de luta por um outro mundo possível.
Loc 1_ O que publicidade infantil tem a ver com a democratização da comunicação? O programa Nossa Voz responde e dá dicas para não deixar crianças se transformarem em adultos altamente consumistas.
Loc 2_ Para terminar, o Tema em Debate relaciona a epidemia de Aids e a desigualdade de gênero. As mulheres já representam metade das pessoas vivendo com HIV no mundo.
Módulo_Giro Comunitário
Nota 1 - Haiti
LOC1: Nos últimos dias, a mídia voltou a atenção para um dos países mais pobres do mundo, o Haiti. O forte terremoto do dia 12 de janeiro mobilizou a comunidade internacional.
LOC2: As rádios comunitárias estão unidas em solidariedade. A presidente da AMARC América Latina e Caribe, Maria Pía Matta, conta que as rádios comunitárias exerciam um papel importante por lá. Estima-se que entre oito e doze emissoras sócias da AMARC tenham sido afetadas pelo forte tremor.
SONORA: Pia fala que apesar da pobreza a organização popular permanece.
LOC1: A AMARC internacional está fazendo campanhas em sua página na internet: www.amarc.org. E deve montar uma missão de solidariedade na fronteira com a República Dominicana. O objetivo será obter mais informação e apoiar o povo e as rádios haitianas. Pía diz que as comunitárias brasileiras também devem fazer parte desta rede de apoio.
SONORA pedido de solidariedade.
LOC2: O desastre atingiu três milhões de pessoas, segundo a ONU. A situação é mais grave porque no Haiti 80% da população vive com menos de um dólar por dia.
LOC2: Diversos países e organizações internacionais têm se mobilizado em Campanhas de solidariedade. A rede internacional de movimentos sociais Jubileu Sul, pediu respeito à soberania popular do Haiti.
LOC1:A organização reivindica a retirada da missão de estabilização do Haiti das Nações Unidas Minustah. E que França e Estados Unidos revejam suas políticas para o Haiti.
LOC1: Num dos trechos do comunicado da Rede Jubileu Sul, pede-se a substituição da ocupação militar por uma missão de solidariedade. Além da anulação da dívida externa ilegítima.
Nota 2 reforma urbana são paulo - criminalização dos movimentos sociais pela mídia.
técnica música - o haiti é aqui
Loc1: 24 No início do ano,recebemos notícias de fortes chuvas em todo o brasil, principalmente em São Paulo, onde muitos bairros foram destruídos por alagamentos. São inúmeros os casos de deslizamento de terra com desmoronamento de casas. Também é grande a quantidade de desabrigados e de mortos. Até o fechamento desta edição da revista comunidade em rede, foram 61 mortes.
Loc 2: 16 Segundo a chamada grande mídia, a culpa dos desastres é da natureza, que castiga as cidades com chuvas torrenciais. Já para os governantes de são Paulo, a principal causa são as construções de casas irregulares em lugares de risco.
Loc1: 16 Entretanto, ouvimos moradores de várias comunidades de São Paulo. a versão deles é bem diferente da divulgada pelos principais jornais do país. Para eles, a culpa de tanta destruição é do próprio estado de São Paulo, que realiza a construção irresponsável de mega-empreendimentos na cidade. 16
Loc2: 16É o que acontece no município de Mauá, onde é realizada a construção do complexo do rodoanel. os moradores afirmam que, antes destas obras, as chuvas aconteciam sem provocar alagamentos. Mas agora há diversas casas com rachaduras, com vazamentos e riscos de desabamento.
Loc1: 16A presidente da associação dos moradores de Mauá, Vânia Boré, diz que tentou diversas vezes denunciar à imprensa as irregularidades das obras e o perigo iminente. Mas ela não foi ouvida por qualquer mídia, seja televisão, rádio ou jornal.
sonora 2: 20
Loc2:12 Para Vânia, a imprensa de São Paulo não fiscaliza o governo como deveria. Ao invés disso, prefere defender outros interesses, já de olho nas eleições.
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Loc1: 12 Vânia acredita que a mídia oprime os movimentos sociais e a população pobre. Para ela, os jornais não mostram o quanto as associações de moradores ajudam a população na luta por seus direitos. E ainda culpam os moradores de periferia pelo descaso público.
Nota 3 - Ceará
LOC1: O pessoal das comunitárias do Ceará viveu uma boa experiência em janeiro. A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária promoveu cursos de capacitação em rádio voltados para o exercício da comunicação comunitária. Essa é uma parceria entre a Abraço e o Núcleo de Responsabilidade Social da Faculdade sete de setembro, cuja sede fica na capital Fortaleza.
LOC2: O curso possibilita transpor os muros do ensino acadêmico e promover um diálogo entre os conhecimentos adquiridos na Faculdade, as técnicas da produção e também a vivência comunitária.
LOC1: O objetivo é sensibilizar os futuros profissionais para uma atuação voltada à educação e ao bem público. O curso também permite que os radialistas aprimorem a qualidade de seu trabalho no dia a dia, além de formar cada vez mais comunicadores populares. Ismar Capistrano, da ABRAÇO-CE comenta a inciativa.
SONORA
LOC2: A primeira fase do curso foi em julho de 2009, no município de Quixadá, sertão cearense. A segunda edição foi em janeiro de 2010. Dessa vez foi realizado na própria capital, Fortaleza, voltado prioritariamente à rádio comunitária Dendê, situada no bairro Edson Queiroz. Dentre os participantes estavam tanto moradores do bairro que já faziam programa, quanto os que já se interessaram em participar.
LOC1: Apesar de valorizar o caráter comunitário e educativo, Ismar lamenta que a comunitária ainda não tenha conseguido outorga. A produção da rádio, hoje, é transmitida por meio de auto-falantes distribuídos pelo bairro.
LOC2: No Ceará, repete-se a brutal concentração dos meios nas mãos de poucas famílias, reproduzindo, no estado, os oligopólios a nível nacional. E por lá ocorre ainda o fenômeno perverso do arrendamento, Não é mesmoIsmar?
SONORA
LOC1: Incentivar e melhorar a mídia comunitária é importante exatamente para fazer frente a essa comunicação que defende interesses particulares.
LOC2: Ismar explica que a idéia é dar continuidade ao trabalho de formação, por isso estão previstos subsídios para radialistas comunitários participarem de oficinas. Dessa maneira, além de treinarem a técnica aprendida, os comunicadores também produzirão conteúdo informativo, para ser compartilhado com outras rádios.
Nota 4 Pará
Loc1: No dia 23 de março de 2010 a rádio comunitária Cidadania FM, de Belém do Pará, comemora seus dez anos de existência. Nesta década de vida, a emissora já sofreu quatro intervenções da Agência Nacional de Telecomunicações Anatel, que já é famosa pela repressão às rádios comunitárias.
Loc2: Em novembro de 2007 a coisa ficou feia, pois pela primeira vez a rádio foi fechada. Só no final do ano seguinte os militantes conseguiram retomar as atividades da emissora. O locutor Chico Canuto contou que em 2003 foi feita a solicitação de outorga ao Ministério das Comunicações. Mas, desde então, a Cidadania FM amarga na enorme fila de espera pela legalização.
Loc1: Além de apresentador, Chico também é diretor de programação. Ele informa que a direção é eleita pela comunidade em assembléias realizadas de dois em dois anos, e explica o motivo para a criação da emissora.
SONORA Chico 1
Loc2: A preocupação com o resgate e com a preservação das músicas regionais é percebida no programa Tarde de Saudade, apresentado por Chico todos os dias das 16 às 18 horas. Além do momento musical, o programa promove regularmente debates em torno de temas polêmicos, como a precariedade da saúde pública, e assuntos relacionados à educação da juventude.
Loc1: O meio ambiente também esta sempre na pauta das discussões. Em dezembro de 2009, por exemplo, foram convidados especialistas para falar sobre o projeto de criação da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. A conclusão foi que o empreendimento causaria graves prejuízos para o estado do Pará, como conta Chico.
SONORA Chico 2
Loc2: Esse e outros assuntos tratados com descaso pela mídia burguesa estão na pauta da Rádio Comunitária Cidadania FM, que está localizada no bairro Terra Firme, periferia de Belém do Pará.
nota 5 - fsm
loc_1: Faz dez anos que oito organizações brasileiras resolveram criar um evento para reunir pessoas de todos os cantos do mundo. A ideia era buscar soluções para a construção de uma outra sociedade, mais humanitária, solidária e justa. um outro mundo possível.
loc_2: Nascia assim, em mil novecentos e noventa e nove, em porto alegre, o fórum social mundial. O objetivo era fazer oposição ao fórum econômico mundial de davos, que há mais de trinta anos é a principal ferramenta de formulação de políticas neoliberais.
loc_1: Essas medidas afetam diretamente o dia-a-dia da população, principalmente os pobres. Um exemplo é a diminuição dos direitos trabalhistas, exploração de mão de obra e a promoção de um modelo de desenvolvimento que não leva em conta o meio ambiente. Mas o que o Fórum Social Mundial tem a ver com isso?
loc_2: Tem tudo a ver! É no fórum que diversas entidades se reúnem para pensar em alternativas. é por isso que temas como reforma do campo e da cidade, economia solidária, democratização da mídia, , direitos humanos e muitos outros entram em discussão nesse grande encontro.
loc_1: Em seu décimo ano, o fórum social mundial está sendo realizado novamente em porto alegre, além de outras cidades onde ocorrem atividades como São Leopoldo, no mesmo estado, e Salvador, na Bahia.
loc_2: O encontro teve início no dia 25 de janeiro, e segue ate o dia 29. A agencia pulsar está fazendo uma cobertura especial do evento. Escute agora o que Candido Gribowski, coordenador do Ibase, tem a dizer sobre o Fórum.
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loc_1: Para ouvir essa entrevista completa e outros programas, acesse nossa página: www.brasil.agenciapulsar.org