Chegamos ao número 26 da nossa revista Comunidade em Rede. E neste Giro Comunitário você vai ficar sabendo como os estados de Minas Gerais e Bahia estão se organizando para a Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada em dezembro.
A viagem pelas ondas das rádios livres e comunitárias também passa pela história da RádioCom, do Rio Grande do Sul, que busca uma programação diversificada com a participação de vários movimentos populares da região. Por aqui você também conhece a nova Agência de Notícias da ABRAÇO, que funciona em caráter experimental, e muito mais.
A edição também tem o Radiarte. Que é uma divertida adaptação de um conto que vêm da África: A história da Galinha e do Ovo, escrito por um português de nascimento que é angolano de coração: José Luandino Vieira.
Já o Tema em Debate fala sobre as relações nocivas de grandes empresas como a Thyssenkrupp e a Petrobrás com as populações dos locais onde operam.
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LOC_01: Vamos agora visitar uma rádio tri legal no sul do país. Que completa oito anos dia 12 de junho. A RádioCom 104,5 fm de Pelotas, Rio Grande do Sul.
TEC.: Vinheta da rádio. 398 subverta.
LOC_02: Sua história começa com a crítica dos sindicatos e movimentos populares sobre a mídia comercial.
LOC_01: E parte daí o debate sobre a democratização da mídia. E a necessidade de se criar um veículo de informação que represente o trabalhador.
LOC_02: A rádio tem a participação de diversos setores da sociedade que normalmente são excluídos pela meios de comunicação comerciais. Como nos conta Roger Peres, coordenador geral da emissora:
TEC.: 2:13 3:01 x 3:41- 3:46.
LOC_01: É como, normalmente, acontece com rádios comunitárias de todo o Brasil. A RádioCom teve que lutar muito para manter-se no ar.
TEC.: 4:24 4:34/ 3:04 3:26/ 4:22 4:33
LOC_01: Só em setembro de 2008, a RádioCom conseguiu uma pré-concessão para funcionar. Contudo, ainda enfrenta dificuldades, mas continua com sua luta e com seus programas voltados para a população.
LOC_02: A festa de aniversário da rádio está sendo preparada. O pessoal está mobilizado produzindo conteúdos especiais para o debate sobre a importância da democratização dos meios de comunicação.
LOC_01: Se você quer ouvir a RádioCom, mas mora longe da emissora, pode acessar o site: www.radiocom.org.br . Mas, se você está aí em Pelotas e que participar é só liga (53) 32....
TEC.: Vinheta da rádio. 417- deu ocupado.
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LOC_01: Já que falamos em democratizar os meios de comunicação, vamos para Minas Gerais saber como os mineiros estão se organizando para a Conferência Nacional de Comunicação.
LOC_02: Por lá são realizadas reuniões toda segunda-feira às 19 horas. Uma semana no conselho regional de psicologia, outra no sindicato dos jornalistas.
LOC_01: A comissão mineira optou por organizar seminários para mobilizar e esclarecer a população. A formulação de um panfleto também deve cumprir este objetivo. Depois será preparada a conferência regional. É como nos conta Heitor Reis, um dos representantes da comissão.
TEC.: 1:26 1:40 x 1:49 1:50
LOC_02: No momento, a comissão que funciona na capital busca integração maior com outras cidades de Minas para promover também atividades em outras regiões.
LOC_01: Reis ressalta a importância da participação de toda a classe trabalhadora por uma comunicação mais democrática.
TEC.: 8:22 9:05
LOC_02: Para saber mais sobre os preparativos para a Conferência Nacional de Comunicação em Minas Gerais: www.proconferenciamg.wordpress.com
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LOC_01: Já na Bahia, a comissão pró-conferência tem uma experiência a mais: o estado realizou, mesmo sem o chamado do governo federal, uma Conferência Estadual em junho de 2008.
LOC_02: De acordo com Nilton Lopes, da ONG Cipó e da comissão pró-conferência no estado da Bahia, a sociedade civil segue se reunindo por lá. No último encontro, foram sistematizadas propostas para a Conferência Nacional a partir da estadual realizada no ano passado.
LOC_02: Os baianos pediram à Comissão Pró-Conferência Nacional atenção para a encontro e o trabalho de mobilização que vem sendo feito na Bahia, que poderia indicar caminhos para os demais estados. Também pediram que questões de comunicação para o desenvolvimento territorial sejam levadas à Conferência Nacional. Isso porque as políticas do setor chegam de forma muito precária às cidades do interior.
LOC_01: Mais do que uma nova conferência baiana, explica Nilton, a idéia é realizar agora um encontro amplo para rediscutir as propostas encaminhadas em 2008 e adequar a quantidade de delegados para a Primeira Conferência Nacional de Comunicação.
LOC_02: Segundo Nilton, a conferência baiana foi importante também para mobilizar a sociedade em relação ao direito à comunicação. Ele fala sobre esses reflexos:
sonora:
LOC_01 Outro aprendizado que serve como dica, comenta Nilton, diz respeito a como mobilizar:
sonora: 222
LOC_02: O grupo também realizou uma audiência com o secretário estadual de comunicação indicando a formação de dois grupos de trabalho. O primeiro tem o objetivo de garantir a etapa estadual da conferência. O outro, pretende transformar demandas detectadas pela conferência estadual em políticas que saiam do papel para a prática.
LOC_01: Este segundo grupo de trabalho, explica Nilton, surge da compreensão de que além das posições tiradas para a etapa nacional, cada estado pode perceber demandas próprias. Este grupo inclui, além de entidades da sociedade civil, membros do governo estadual.
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LOC_01: As rádios comunitárias podem contar com mais uma ferramenta de informação. A Agência Abraço de Notícias que já está funcionando em caráter experimental.
LOC_02: A idéia é receber e distribuir conteúdos. Lá, as rádios cadastradas poderão compartilhar seus programas através do site. É como nos explica Marcelo Inácio, responsável pela agência.
2:06 2:40
LOC_01: A proposta é criar mais um espaço de integração dos comunicadores populares para além de suas cidades e estados.
LOC_02: A previsão para que a agência esteja funcionando com este sistema é para o final de julho.
LOC_01: E quem quiser acompanhar as notícias, comentar e sugerir mudanças pode acessar o site: www.agenciaabraco.wordpress.com
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LOC1: O professor da Universidade Federal Fluminense, Denis de Moraes analisou o cenário das comunicações em sete países latino-americanos: Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Nicarágua. A pesquisa compõe o livro A batalha da mídia e os resultados mostram que nossos hermanos estão dando passos à frente do Brasil.
LOC2: Segundo Denis de Moraes, um dos objetivos foi verificar alternativas em curso que podem ajudar a construir um outro tipo de comunicação: mais plural, descentralizada e democrática. Ele conta que há intervenções progressistas e positivas dos próprios estados e também protagonizadas pela sociedade civil.
LOC1: No campo das rádios comunitárias, Moraes destaca mudanças em legislações de vários países. Primeiro, lembra a nova lei de radiodifusão do Uruguai, considerada uma das mais progressistas do mundo pela Amarc. Depois, comenta os avanços no Equador e na Venezuela, onde rádios comunitárias tem sido consideradas atores importantes no sistema de comunicação. A Bolívia também foi citada graças as redes de rádios dos povos originários, com mais de 30 emissoras, que são apoiadas pelo governo. Denis de Moraes comenta estas ações simultâneas.
Sonora: 42s
LOC2: Já no Brasil, infelizmente, o cenário encontrado foi outro. Para Dênis de Moraes, os sete anos do governo Lula não trouxeram avanços ou, sequer, uma política de comunicação claramente definida.
Sonora: 23 s
LOC1: Diante deste quadro, o pesquisador reconhece o significado histórico da I Conferência Nacional de Comunicação, que terá etapa nacional nos dias 1, 2 e 3 de dezembro. Ele avalia que a Conferência vai tornar pública a desigualdade do sistema de comunicação. Além disso, pela primeira vez, os principais protagonistas da cena midiática vão poder dialogar, mesmo sem igualdade de condições.
LOC2: Contudo, diz que o evento não deve ser superestimado. Não é possível esperar que a Conferência seja por si mesma um momento de reverter o quadro perverso das comunicações no país. Mas, a pressão social organizada e sistemática junto ao executivo e legislativo antes da Conferência, nela e depois dela, diz Denis de Moraes, podem modificar a cena brasileira.
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LOC 1: O coletivo da Comunidade em Rede fecha este Giro Comunitário com dúvidas pairando no ar...
LOC 2: Acabamos de passar por quinze dias de perseguição ao Ministério das Comunicações. Queríamos saber, afinal, como funciona o aviso de habilitação divulgado pelo ministério.
LOC1: Quem pode se candidatar?
LOC2: Se minha rádio já mandou os documentos tenho que mandar mais uma vez?
LOC1: O ministério vai reavaliar os milhares de documentos sem resposta que mofam em seus arquivos?
LOC2: Porque não há aviso de habilitação para a minha cidade, se há para a cidade vizinha?
EFEITO SONORO
LOC1: Nos identificamos como repórteres, dissemos que o programa era para o pessoal das comunitárias. Pedimos para falar com qualquer um que pudesse responder, imploramos, mandamos e-mail... mas nada até o fechamento desta edição.
LOC2: O que sabemos é o seguinte: Há uma lista no site do Ministério das Comunicações 463 localidades em todo o Brasil que tem canais abertos. O site do ministério é www.mc.gov.br. Apenas essas áreas vão garantir a análise de seus documentos.
LOC1: O ministério deve ter enviado um comunicado às entidades que tinham encaminhado anteriormente documentações nestas áreas específicas informando que o aviso está aberto. E parece que todas as documentações tem que ser enviadas mais uma vez. Mas quem não enviou antes pode se candidatar agora.
LOC2: Mas, como isso foi distribuído pelo país, qual foi o critério? Se você tiver conseguido descobrir, entre em contato com a Agência Pulsar e conte pra gente! O ministério não nos contou não....
LOC1: Nosso e-mail é revista@agenciapulsar.org.br e o telefone é (21) 2532-9942