Loc1: Girando pelo frio do sul do país tivemos uma boa notícia. A Quebra Gelo FM, da cidade de São Joaquim, na Serra de Santa Catarina, comemora a destinação de recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário para fortalecer a comunicação comunitária na região.
LOC2: Selênio Sartori, do Centro Vianei de Educação Popular, explica que o governo trouxe para a região a idéia de território de identidade, onde as pessoas se reconhecem pela economia, espaço, cultura. Levando em conta que ninguém cresce sozinho, 18 municípios estão representados em um colegiado com governo e 116 organizações. Esse grupo discute em que investir a partir de um plano de desenvolvimento. E foi assim que a demanda da Quebra Gelo FM foi ouvida e expandida para outras dez rádios. Selênio conta porque a comunicação foi valorizada.
SONORA: A gente não tem dúvida do papel da comunicação no desenvolvimento em seus aspectos mais amplos, por exemplo a identidade, a medida que veicula o que é relacionado a cultura desse território. A gente vê as rádios comerciais é cultura global, passa em cima de tudo e todos. Tem esse papel da cultura, destaque no que está acontecendo no território ... porque não está ligada a grupos ou interesses.
LOC1: Tomás Poli Sanchotene, coordenador da rádio Quebra Gelo FM, diz que a programação inclui músicas e notícias. E os fatos da região tem destaque. Para Tomás enquanto as rádios comerciais tem comprometimento com dinheiro, as comunitárias devem se comprometer com a cidadania. Por isso é importante que tenham suporte para não serem literalmente compradas por empresas e poderosos locais.
LOC2: Tomás explica que desde a fundação em 2002 a rádio é ligada a diversos movimentos sociais. Foram eles que deram legitimidade e protegeram a rádio para que não fosse fechada até 2008, quando a outorga foi garantida.
LOC1: Por isso cidadania, direitos, alimentação saudável e agricultura familiar sempre estiveram na rádio. O aporte do ministério do desenvolvimento agrário não muda em nada o veículo, que é movido por voluntários. Mas ajuda na mobilidade, na formação de novos comunicadores e lideranças, na transição para tecnologias digitais. Essa é a opinião de Tomás.
SONORA: O QUE O GOVERNO VEM A PROPORCIONAR É ISSO: QUE A GENTE ASSUMA nossa IDENTIDADE DE FORMA MAIS MADURA. DE MODO QUE ISSO SE SUSTENTE E SE MANTENHA E QUE A GENTE NÃO VENHA A RETROCEDER POR NECESSIDADE ECONÔMICA. QUE A RÁDIO TENHA QUE CEDER SE TORNANDO MAIS UM MEIO DE COMUNICAÇÃO QUE SÓ É UTILIZADO POR UMA MINORIA QUE SÓ VISA A ACUMULAÇÃO DO LUCRO.
LOC2: Para saber mais sobre a rádio Quebra Gelo, de São Joaquim, a cidade mais fria do Brasil, acesse: www.quebragelofm.com.br/
LOC3: Em um giro pelo Sertão encontramos a Rádio FM Independência 104,9; que recebeu o nome da cidade cearense em que está localizada.
VINHETA DA RÁDIO : a rádio que toca o que toca nossa gente
LOC4: A professora Rosa Gonçalves faz parte da diretoria da rádio. O projeto nasceu em 1997 com a idéia de um padre da região. Foi realizado um mutirão da cidade e do interior para comprar e instalar tudo. Apesar da ligação com a Igreja, que abriu a sacristia para os equipamentos, Rosa explica que nunca houve interferência nas decisões do coletivo. Tanto que evangélicos também estão na grade de programação. Rosa enumera os objetivos da rádio FM Independência.
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LOC3: E em busca disso a Associação Comunitária de Radiodifusão de Independência tem 80 associados hoje. A diretoria tem 12 pessoas 50% mulheres. Há também um Conselho comunitário com sete entidades fundadoras que acompanha a programação e capacita comunicadores.
LOC4: Recentemente a Rádio FM Independência conheceu a Associação Mundial das Rádios Comunitárias. Em um de seus programas, o Ritmo Sul, a Amarc propôs uma avaliação do serviço da rádio. Na opinião de Rosa os encontros foram muito importantes para fortalecer FM Independência.
LOC3: Foram discutidos os pontos positivos e negativos da emissora na opinião da população. E o pessoal também pensou o que quer depois deste processo de avaliação:
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loc4: E para driblar as dificuldades financeiras eles usam as mesmas armas necessárias para manter a comunitária no ar: criatividade e união. Prova de que isso é coisa do cotidiano foi o Grito dos Excluídos. A atividade é realizada na semana da pátria em todo o país. Em Independência foram ouvidos os gritos de todos os bairros. Não faltaram reclamações sobre saúde, educação e até segurança pública. Para que as reclamações não fiquem apenas no ar foi elaborado um documento e vai ser realizada audiência pública para discutir os problemas gritados.
Loc3: É o pessoal de Independência, no Ceará, mostrando que tem vez e voz. Para conhecer um pouco mais da rádio acesse independenciafm.blogspot.com .
VINHETA fm comunitária onde todos tem lugar
LOC1: Girando pelo semi-árido mineiro encontramos comunicadores populares que estão empenhados em se articular no Vale do Jequitinhonha.
LOC2: Tania Pulier, comunicadora popular da Articulação do Semi-árido pela Cáritas Brasileira de Araçuaí, explicou que o Vale do Jequitinhonha é dividido em três micro-regiões. No sul a articulação de comunicadores já é mais forte. E essa foi, possivelmente, a primeira vez em que todas as micro-regiões se encontraram de forma tão sistematizada para debater comunicação.
LOC1: E o tema central nos debates, adivinhe? Direito à comunicação e as dificuldades dos radiodifusores comunitários. Não é Tania?
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LOC2: Tânia disse ainda que foram apontados caminhos para que os problemas dos radiodifusores comunitários sejam resolvidos. Vamos ouvir:
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LOC1: Segundo Tânia também nortearam os debates a prática das organizações sociais e o uso que fazem da comunicação. Um tema importante quando a discussão é puxada por uma articulação de entidades. Elas tem em comum elaborar e incentivar práticas de convivência com o semi-árido.
LOC2: Entre os 40 comunicadores do encontro havia aqueles de entidades ligadas direta ou indiretamente a ASA, participantes do Pólo Jequitinhonha da Universidade Federal de Minas Gerais e da Associação Imagens Comunitárias, uma ONG de Belo Horizonte que tem feito trabalho com vídeo experimental na região do Vale do Jequitinhonha.
CABEÇACOM A PROXIMIDADE DA CONFERÊNCIA NACIONAL DE COMUNICAÇÃO, VOLTA O DEBATE SOBRE A LEI QUE TRATA DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS.// UMA DAS MUDANÇAS POSSÍVEIS É A CRIAÇÃO DE EMISSORAS REGIONAIS.// ESTA PROPOSTA FOI APROVADA NA CONFERÊNCIA DA REGIÃO DOS LAGOS, LITORAL NORTE DO RIO DE JANEIRO.// A AGÊNCIA PULSAR ESTEVE LÁ E CONVERSOU COM ALGUNS DOS PARTICIPANTES.//
REPÓRTER 1CONSTRUÇÃO DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS REGIONAIS, SEM EXCLUIR AS LOCAIS: ESSA FOI A DEFESA DOS PRESENTES NA PRIMEIRA CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO DOS LAGOS, NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.// NA OPINIÃO DO DIRETOR DE SINDICATO DOS PETROLEIROS DO RIO DE JANEIRO, EDSON MUNHOZ, A ESTRUTURA REGIONAL FORTALECE AS EMISSORAS.//
SONORA EDSON MUNHOZESTA FINALIDADE DE SE JUNTAR REGIONALMENTE É PARA DAR MAIS FORÇA. PORQUE É MUITO GRANDE A INTROMISSÃO DE POLÍTICA, PRINCIPALMENTE DA PREFEITURA DENTRO DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS NESSES MUNICÍPIOS. E AS PESSOAS SOFREM MUITA PRESSÃO PRINICIPALMENTE TAMBÉM DE IGREJAS.
REPÓRTER 2PARA LUIZÃO, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES DO RIO DE JANEIRO, A INTENÇÃO É QUE A VOZ DA COMUNIDADE NÃO SE LIMITE AO ALCANCE DO TRANSMISSOR.// MAS SIM QUE POSSA CHEGAR EM LUGARES MAIS DISTANTES.// O PROBLEMA É QUE, HOJE, A LEI 9.612, QUE TRATA DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS, PROIBE A TRANSMISSÃO DE PROGRAMAS EM REDE.//
SONORA LUIZÃO 1SE VOCÊ TIVER UM PALITINHO DE FÓSFORO VOCÊ JÁ QUEBRA ELE FÁCIL. SE VOCÊ UNIR UMA CAIXA DE FÓSFORO, VOCÊ JÁ NÃO QUEBRA COM TANTA FACILIDADE. ENTÃO É A UNIÃO DESTES MUNICÍPIOS QUE VAI FORTALECER ATÉ A NOSSA DIVULGAÇÃO.// A INTENÇÃO É ESSA: QUE AS NOSSAS QUEIXAS SEJAM OUVIDAS PELO BRASIL INTEIRO.
REPÓRTERENTRE NA PÁGINA DA AGÊNCIA PULSAR PARA SABER DE OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE A CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO.// NOSSO ENDEREÇO É WWW.BRASIL.PULSAR.ORG.// CLIQUE EM COMUNIDADE EM REDE E NA COBERTURA ESPECIAL DA I Confecom.//
Loc3: Associados da AMARC se encontraram em João Pessoa, capital da Paraíba, para discutir o futuro da instituição. A idéia era repensar a rede de rádios comunitárias que se articula no mundo inteiro por direito à comunicação.
Loc4: Na plenária, a Associação Mundial das Rádios Comunitárias também escolheu uma nova forma de organização no Brasil, liderada por um conselho. João Paulo Malerba, da ONG Criar Brasil do Rio de Janeiro foi escolhido como representante da Amarc na região sudeste e no Brasil. Ele fala sobre a decisão da assembléia.
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Loc3: Os associados também debateram prioridades para a Amarc Brasil nos próximos dois anos. A assembléia quer fortalecer; refundar a associação. João elenca o ponto prioritário.
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LOC4: Mas não é só. Fortalecer os programas que já existem na rede está no horizonte da Amarc como diz o representante no Brasil pela ONG Criar, João Paulo Malerba.
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LOC3: Outro programa que deve ser fortalecido é a Agênia Pulsar que produz esta revista Comunidade em Rede. A idéia é criar com rádios parceiras uma rede de correspondentes para poder regionalizar cada vez mais a produção e distribuição de conteúdos.
Loc1: Este foi o giro comunitário. Participe com críticas, sugestões, pautas, idéias, materiais, reclamações, elogios...ufa! Não falta como ajudar. Entre em contato e fortaleça esta revista que é nossa pelo e-mail revista@agenciapulsar.org .