RADIARTE
Loc1: Em que você pensa quando se fala em desfile de moda?
LOC A: Na Gisele Bundchen
LOC B: em modelos magras
LOC C: muito dinheiro
LOC D: roupas extravagantes
LOC E: na passarela
LOC F: nos flashes dos fotógrafos
Loc1: Ninguém pensou que a moda pode servir para mobilizar, mas pode.
Loc2: No dia 26 de agosto a Daspu, grife criada pelas prostitutas da ONG Davida, deu mais um exemplo disso. Levaram para a praça Tiradentes, lugar de trabalho de muitas putas. O glamour e a irreverência do desfile da Daspu mostrou a nova coleção com o nome `Da Farofa ao Caviar`.
Loc1: Artistas, jornalistas e simpatizantes dividiram a passarela com putas e outros integrantes da ONG Davida. A idéia era apresentar a coleção verão 2010. E lutar pelos direitos das prostitutas que enfrentam e denunciam o estigma, o preconceito e a discriminação que as atinge.
Loc2: Este grupo de mulheres exige o reconhecimento das profissionais do sexo. E tem colhido frutos pela moda.
Loc1: Você já comeu hoje?
Loc2: O duplo sentido marca a coleção. O prazer pela comida e o sexual se misturam. E traz um desfile bem humorado. Com frases como: pintiscos, porção de putas e Daspu à la carte.
Loc1: Gabriela Leite, fundadora da ONG Davida, nos conta sobre a importância que a Daspu adquiriu desde sua criação em 2005.
Sonora 1: (0:37) N (1:20)
Loc2: A ONG luta pela cidadania das prostitutas, como o direito ao próprio trabalho em melhores condições, pelo acesso aos serviços públicos e a outros bens da sociedade sem discriminação.
Loc1: A idealização e produção das roupas é feita pelo Rodo Coletivo. Que nasceu da parceria entre a FUMEC, universidade de Belo Horizonte, e a Daspu. O resultado foi tão bom que no ano seguinte o trabalho foi renovado, e a equipe de criação ficou independente da FUMEC.
Loc2: Alzira Calhau, estilista do Rodo Coletivo, explica a linha de ativismo nas coleções.
Sonora 2: (3:16) A gente trabalha com uma moda street pras pessoas descoladas e o carro chefe são as camisetas de malha com as estampas. E as nossas estampas que carregam as idéias da Daspu (3:33)
Loc1: A coleção traz roupas com toque sensual, modernas e sem clichês. Com inspiração na temática das prostitutas, mas, em sua maioria, não serão usadas por elas para trabalho.
Loc2: Para as mulheres: shortinhos com botões coloridos, minissaias e vestidos mais justos na cintura e larguinho na direção do quadril, modelagens que lembra aventais de garçons e garçonetes, com bolsos simples. Para os homens: Calça saruel, camiseta e shorts que lembram cuecas samba-canção.
Loc1: A grife não trabalha nos padrões geralmente exigidos pela sociedade quando o assunto é moda e beleza. Na passarela da Daspu desfilaram pessoas de 20 a 60 anos, famosos e anônimos, gordos e magros, altos e baixos e gente de vários lugares do mundo. Alemão, colombiano, brasileiro, tudo misturado na passarela.
Loc2: Mas Gabriela, por que uma coleção chamada Da Farofa ao Caviar?
Sonora 3 (Gabriela Leite): (5:43) Isso é primeiramente pra mostrar que as putas podem estar tanto no botequim da farofa como nos grandes restaurantes... e a gente fez uma coleção toda transada nessas histórias.(6:13)
Loc1: O que fica claro nas estampas de copos de bar, o xadrez que remete às toalhas de mesa. E a cores marcantes, como o amarelo, vermelho, verde, azul royal e marinho, além das neutras como branco, bege e preto. Inspiradas nos cartazes de bares e lanchonetes, além de cardápios.
Loc2: Aliado ao sucesso da marca, está o aumento da auto-estima das prostitutas. Com a perda da vergonha de se assumirem, elas mostram a cara com orgulho e dominam a passarela.
Loc1: Maria Nilce, que trabalha com o aconselhamento sobre a prevenção de DST e HIV/AIDS, desfila na Daspu desde 2005, e nos conta sobre sua experiência.
Sonora 4: (3:19) Eu me senti muito, né? Eu no palco, depois, eu tenho 60 anos, depois o que eu não fiz mais nova, desfile conforme tal eu to fazendo, e agora eu to me sentindo querida, atriz, pra sair na novela Caminho das Índias. Na hora que eu to entrando no palco eu dou beijinho pra plateia, pra todo mundo vibrar, e alegria é muita empolgação pra esquentar o palco. (3:47)
Loc2: Quem quiser conhecer a PUTIQUE da Daspu e conferir a nova coleção, acesse o site: www.daspu.com.br .
Loc1: Em que você pensa quando se fala em desfile de moda?
LOC A: Na Gisele Bundchen
LOC B: em modelos magras
LOC C: muito dinheiro
LOC D: roupas extravagantes
LOC E: na passarela
LOC F: nos flashes dos fotógrafos
Loc1: Ninguém pensou que a moda pode servir para mobilizar, mas pode.
Loc2: No dia 26 de agosto a Daspu, grife criada pelas prostitutas da ONG Davida, deu mais um exemplo disso. Levaram para a praça Tiradentes, lugar de trabalho de muitas putas. O glamour e a irreverência do desfile da Daspu mostrou a nova coleção com o nome `Da Farofa ao Caviar`.
Loc1: Artistas, jornalistas e simpatizantes dividiram a passarela com putas e outros integrantes da ONG Davida. A idéia era apresentar a coleção verão 2010. E lutar pelos direitos das prostitutas que enfrentam e denunciam o estigma, o preconceito e a discriminação que as atinge.
Loc2: Este grupo de mulheres exige o reconhecimento das profissionais do sexo. E tem colhido frutos pela moda.
Loc1: Você já comeu hoje?
Loc2: O duplo sentido marca a coleção. O prazer pela comida e o sexual se misturam. E traz um desfile bem humorado. Com frases como: pintiscos, porção de putas e Daspu à la carte.
Loc1: Gabriela Leite, fundadora da ONG Davida, nos conta sobre a importância que a Daspu adquiriu desde sua criação em 2005.
Sonora 1: (0:37) N (1:20)
Loc2: A ONG luta pela cidadania das prostitutas, como o direito ao próprio trabalho em melhores condições, pelo acesso aos serviços públicos e a outros bens da sociedade sem discriminação.
Loc1: A idealização e produção das roupas é feita pelo Rodo Coletivo. Que nasceu da parceria entre a FUMEC, universidade de Belo Horizonte, e a Daspu. O resultado foi tão bom que no ano seguinte o trabalho foi renovado, e a equipe de criação ficou independente da FUMEC.
Loc2: Alzira Calhau, estilista do Rodo Coletivo, explica a linha de ativismo nas coleções.
Sonora 2: (3:16) A gente trabalha com uma moda street pras pessoas descoladas e o carro chefe são as camisetas de malha com as estampas. E as nossas estampas que carregam as idéias da Daspu (3:33)
Loc1: A coleção traz roupas com toque sensual, modernas e sem clichês. Com inspiração na temática das prostitutas, mas, em sua maioria, não serão usadas por elas para trabalho.
Loc2: Para as mulheres: shortinhos com botões coloridos, minissaias e vestidos mais justos na cintura e larguinho na direção do quadril, modelagens que lembra aventais de garçons e garçonetes, com bolsos simples. Para os homens: Calça saruel, camiseta e shorts que lembram cuecas samba-canção.
Loc1: A grife não trabalha nos padrões geralmente exigidos pela sociedade quando o assunto é moda e beleza. Na passarela da Daspu desfilaram pessoas de 20 a 60 anos, famosos e anônimos, gordos e magros, altos e baixos e gente de vários lugares do mundo. Alemão, colombiano, brasileiro, tudo misturado na passarela.
Loc2: Mas Gabriela, por que uma coleção chamada Da Farofa ao Caviar?
Sonora 3 (Gabriela Leite): (5:43) Isso é primeiramente pra mostrar que as putas podem estar tanto no botequim da farofa como nos grandes restaurantes... e a gente fez uma coleção toda transada nessas histórias.(6:13)
Loc1: O que fica claro nas estampas de copos de bar, o xadrez que remete às toalhas de mesa. E a cores marcantes, como o amarelo, vermelho, verde, azul royal e marinho, além das neutras como branco, bege e preto. Inspiradas nos cartazes de bares e lanchonetes, além de cardápios.
Loc2: Aliado ao sucesso da marca, está o aumento da auto-estima das prostitutas. Com a perda da vergonha de se assumirem, elas mostram a cara com orgulho e dominam a passarela.
Loc1: Maria Nilce, que trabalha com o aconselhamento sobre a prevenção de DST e HIV/AIDS, desfila na Daspu desde 2005, e nos conta sobre sua experiência.
Sonora 4: (3:19) Eu me senti muito, né? Eu no palco, depois, eu tenho 60 anos, depois o que eu não fiz mais nova, desfile conforme tal eu to fazendo, e agora eu to me sentindo querida, atriz, pra sair na novela Caminho das Índias. Na hora que eu to entrando no palco eu dou beijinho pra plateia, pra todo mundo vibrar, e alegria é muita empolgação pra esquentar o palco. (3:47)
Loc2: Quem quiser conhecer a PUTIQUE da Daspu e conferir a nova coleção, acesse o site: www.daspu.com.br .
