Loc1: No Brasil, estima-se que cerca de 320 bebês nasçam a cada hora. É certo que cada uma dessas crianças terá seu destino traçado de acordo com as condições e as oportunidades quem cruzarem seus caminhos. O que pouco que se fala é em como essas crianças podem ser afetadas pela forma como vem ao mundo.
Loc2: Por isso, alguns grupos de mulheres se unem para realizar ações que estimulem o parto humanizado. Denise Araújo, da rede Parto do Princípio, explica como funciona.
SONORA
Loc1: No entanto, é comum não entender quais são as principais diferenças entre parto humanizado e parto normal. Acontece que para grupos defensores do parto humanizado, o parto normal pode ser mal orientado pelos médicos ao adotarem procedimentos considerados desnecessários e ultrapassados pela medicina baseada em evidências, ou seja, baseada em dados científicos.
Loc2: De acordo com Denise, alguns procedimentos adotados em partos normais podem trazer prejuízos ao bebê além de marcar negativamente a mulher. Esse seria o caso da episotomia. Procedimento no qual as mulheres recebem corte no períneo, que fica na parte de baixo da vagina. Ela explica que em apenas 15% dos partos esse corte é necessário.
Loc1: Em alguns casos, também aplicam o hormônio oxitocina para acelerar o trabalho de parto. Esse hormônio já naturalmente produzido pela mulher. Mas alguns médicos aplicam doses artificiais da oxitocina apenas para acelerar o trabalho de parto.
Loc2: Para Beatrice Miller da Rede de mulheres em comunicação, esses procedimentos demonstram a desumanização do parto.
SONORA (cidadania)
Loc1: Verônica França, que está grávida e pretende realizar parto humanizado, acredita que o nascer, do jeito que está sendo feito, pode comprometer todo uma geração futura. Para ela, as primeiras horas de vida, podem gerar sérias consequências para o bebê.
Loc2: Nesse sentido, temos a avaliação do pesquisador Michel Odan, que estuda o crescimento de crianças nos primeiros anos de vida. De acordo com ele, as crianças que nasceram de forma tranquila tem mais tedência a serem mais calmas e amáveis.
Loc1: A memória do momento do parto também pode afetar as mães e a relação que elas terão com seus próprios filhos. O índice de depressão pós parto também pode ser reduzido com um parto bem sucedido.
Loc2: A rede Parto do Princípio reúne cerca de 250 mulheres dos diversos estados brasileiros. Dentre as iniciativas do grupo está uma ação no Ministério Público Federal para diminuir o número de cesárias no Brasil. Também realizam partos, presenciais e gratuitos.
Loc1: Existem hoje cinco mil parteiras registradas no país. Cabe lembrar, que partos mal realizados são considerados violação aos direitos humanos. Beatrice afirma que o importante no parto é o elemento humano.
SONORA
Loc2: As mulheres que defendem o parto humanizado aconselham as futuras mães a buscarem a tranquiladade durante a gravidez, evitando pensamentos negativos.
Loc1: Afinal, como diz o pesquisador Michel Odan, pra mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer.