LOC1: Entre os dias 5 a 8 de junho de 2008, algo inédito ocorreu no país: a realização da primeira Conferência Nacional GLBT, com o tema, Direitos Humanos e Políticas Públicas: O caminho para garantir a cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
LOC2: Bandeiras com as cores do arco-íris tomaram conta de Brasília, onde vários representantes do movimento GLBT estiveram presentes para discutir suas demandas com a chancela do Governo Federal.
LOC1: Todas as propostas levadas à Conferência foram pré-discutidas em Conferências Estaduais em todas as Unidades da Federação, em que foi formatado um texto base que engloba diversas áreas, como direitos humanos, saúde, turismo...
LOC2: Uma das resoluções mais importantes foi o projeto de lei que criminaliza a homofobia no Brasil. Apesar do apoio do próprio Presidente Lula, o projeto ainda encontra resistência no Senado, como explica Igor Martine, assessor de imprensa Associação Brasileira GLBT.
SONORA
LOC1: Uma outra questão polêmica é a união civil entre casais do mesmo sexo. Igor Martine explica que opositores desse projeto de lei insistem em chamar de “casamento gay”, o que prejudica seu entendimento já que para o movimento a intenção é garantir os direitos civis dos casais que compartilham uma vida.
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LOC2: Um dos momentos mais marcantes na Conferência se deve a Declaração do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao anunciar que cirurgias de mudança de sexo serão feitas pela Sistema Único de Saúde (SUS), inicialmente, em cinco Estados brasileiros.
LOC1: Essa notícia trouxe novas esperanças para Carla Amaral. Ela é Presidente do Transgrupo Marcela Prado em Curitiba, e há oito anos aguarda por sua cirurgia. Desde 1998 ela iniciou seu processo de preparação junto de uma equipe mas sua operação foi cancelada quando em seu Estado, ocorreram problemas com esse tipo de cirurgias.
LOC2: Carla tem 35 anos e diz que percebe sua transexualidade desde sempre. Para que sua mudança de sexo fosse aprovada ela foi acompanhada por uma equipe durante dois anos, na qual passou por avaliações psicológicas e como diz, teve o corpo “virado do avesso”. Ela fala desse processo.
SONORA ( já passou por uma equipe e quer que o documento se faça valer)
LOC1: Agora, com a nova lei que garante essa cirurgia ela espera ter seu laudo aceito em outro Estado, e assim, poder realizar seu desejo sem ter que passar novamente por todo esse processo. Contudo, Carla conta que há uma dificuldade em ter sua sexualidade aceita pela sociedade e, inclusive, pela própria família.
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LOC2: A Conferência Nacional não só garantiu que essas demandas do movimento GLBT fossem reconhecidas e apoiadas pelo governo mas também contou com a participação de representantes e aliados de outros movimentos sociais.